“Nossa vida em comum é uma piada, entre nós já não existe nem mesmo respeito, companheirismo e amizade... Por que sou obrigado a aturá-la? Para ser sincero, Fafá me engoliu, me anulou totalmente. Hoje estou transformado num sujeito fraco, covarde, sem iniciativa, manipulado pela mulher. Como deixei isso acontecer?  Suponho, foi em função do hábito, do costume. Fafá foi tomando o leme do barco aos poucos, sem perceber, e eu, de chefe da família passei a mero coadjuvante. Sim. É isso! Quem dá as cartas aqui em casa é ela.  É a Fafá quem decide, pune, impõe regras e faz os planos. Eu apenas os cumpro, embora ela me deixe acreditar ser  o comandante. Houve um tempo que a gente formava uma bela dupla. Tudo era discutido em conjunto, nossa vida era harmoniosa e até mesmo feliz. Durou pouco. Ela foi se decepcionando comigo e vive-versa. A rotina, os problemas do cotidiano, o dinheiro curto, as brigas, a falta de diálogo... Tudo conspirou para que a gente se tornasse dois estranhos, para não dizer inimigos”.